O tratamento do bruxismo vai muito além do uso da placa oclusal durante o sono. Embora a placa seja um recurso bastante conhecido e eficaz para proteger os dentes do desgaste, ela não resolve a causa do problema. Seu papel principal é evitar danos aos dentes e osso alveolar e diminuir a sobrecarga sobre a ATM e os músculos da mastigação. Por isso, costuma ser indicada como parte de um tratamento mais amplo.
Um passo importante é identificar os fatores que estão contribuindo para o bruxismo. O estresse e a ansiedade, por exemplo, são gatilhos comuns. Nesse sentido, terapias voltadas para o controle emocional, como psicoterapia, técnicas de relaxamento, atividade física regular e até práticas como meditação e yoga, podem trazer excelentes resultados. Quando necessário, o paciente deve ser encaminhado a outros profissionais de saúde, como psicólogos ou médicos.
Outro recurso a ser indicado são os tratamentos fisioterápicos. Exercícios específicos para a musculatura da face e do pescoço ajudam a reduzir a tensão muscular, melhorar a mobilidade da mandíbula e aliviar dores.
Além disso, é fundamental considerar os distúrbios do sono no tratamento do bruxismo. Muitas vezes, o ranger ou apertar dos dentes está associado a condições como apneia obstrutiva do sono e insônia, que intensificam a atividade muscular noturna. Nesses casos, o tratamento do distúrbio do sono, com acompanhamento especializado, pode reduzir significativamente os episódios de bruxismo e melhorar a qualidade do sono e da saúde geral do paciente. Por isso, uma abordagem integrada entre dentistas e médicos do sono é essencial para um resultado mais completo e eficaz.
Uso de Toxina Botulínica para Bruxismo
Há ainda opções mais avançadas que podem ser utilizadas em situações específicas, como a aplicação de toxina botulínica (botox). É importante esclarecer que toxina botulínica não trata o bruxismo, mas apenas reduz temporariamente a força da contração dos músculos da mastigação. Isso pode trazer alívio para alguns sintomas, porém não resolve a causa do problema e, se usado de forma contínua, pode levar a efeitos indesejados, como reabsorções ósseas na região da mandíbula. Por isso, essa abordagem deve ser avaliada com cautela e nunca considerada como solução definitiva para o bruxismo.